Nesses últimos tempos só se tem falado de crise. Muitos parecem esperar que uma saída caia do céu como uma espécie de milagre que vai salvar a economia do país, porém todos sabemos que isso não irá acontecer. Nem impeachment ou aumentos de impostos que vão solucionar os problemas do país, e sim uma mudança sistemática no modo como nossa gestão pública é aplicada.
Uma boa notícia é que esse cenário já tornou nossos órgãos fiscais mais rígidos, mesmo que por vezes isso possa ser tomado como uma notícia pouco popular. Esse é o caminho, primeiramente porque as arrecadações se tornam mais confiáveis, e também porque essa é uma medida que combate a corrupção, tanto dentro do governo como fora dele.
É nesse ponto que a documentação eletrônica entra como uma importante medida de gestão pública. Essa tecnologia barra processos feitos de forma incorreta ou ilícita, pois trava o processo, não permite que o famoso “jeitinho” seja aplicado. Quando uma documentação de prestação de serviço ou compra está errada, a nota acusa isso, ela não vai ser “ajustada”, não será aceita “depois”. Essa tecnologia enrijece o processo, o deixa mais confiável e sólido.
Com processos administrativos, como esse, funcionando de forma plena, toda a administração pública se torna mais organizada, permitindo que gargalos que retém dinheiro, ou vazamentos que extraviam recursos sejam percebidos e corrigidos, inclusive os tornando mais fiscalizáveis para o cidadão que acompanha a gestão de sua cidade.
É o caso da prefeitura de Piracicaba que alterou o sistema de emissão, gestão e armazenamento de diversos documentos eletrônicos em todos os órgãos públicos da cidade, tornando-a um modelo de gestão transparente e segura.
Essa é uma das primeiras armas contra a corrupção, colocar a casa em ordem e melhorar o que já existe. Isso inibe ações ilícitas por parte de fornecedores e receptores: se alguém emite uma nota fraudulenta, a prefeitura não consegue confirmar a entrada do produto ou serviço, logo esquemas que não são computados devidamente pelo fisco são facilmente encontrados e combatidos. O mesmo acontece se houverem discrepâncias, como valores diferentes ou não discriminados corretamente, e isso também se aplica a sistemas de controle de compras de serviço, não só de produto.
O processo e ferramentas que fazem isso geram segurança, tanto para o governo, que consegue ver de onde o dinheiro vem e onde é gasto, quanto para o cidadão que tem certeza de que seu governo investe em ferramentas e processos para não permitir que fraudes passem, nem mesmo sem querer, pela máquina pública.
Além de tudo isso, o uso de ferramentas de gerenciamento eletrônico de notas fiscais, poupa recursos como espaço para armazenagem, tempo de trabalho dos servidores públicos na busca por documentos arquivados em grandes salas arquivo, além do aumento da segurança desses dados. Por fim, até os próprios prefeitos e secretários ganham com isso, onde em esquemas de fraude, são eles que precisam responder pelo ato da sua administração, em alguns casos com seus próprios bens.
Fonte: Segs por Adão Lopes (mestre em tecnologia e negócios eletrônicos e CEO da VARITUS BRASIL)